O governo de São Paulo anunciou a manutenção da fase de transição do Plano São Paulo, de retomada econômica, nas mesmas regras atuais até 31 de maio. A partir de 1º de junho, o estado terá flexibilização do comércio e serviços, com ampliação do horário de funcionamento e capacidade de ocupação. Também haverá um programa para intensificar a testagem por todo o estado. Atualmente, comércio e serviços podem funcionar até as 21h, com capacidade de ocupação de 30%, e respeitando o chamado toque de recolher entre 21h e 5h. A partir de junho, poderão abrir das 6h às 22h e a ocupação máxima vai para 60%, com toque de recolher entre 22h e 5h. Inicialmente, esta nova etapa deverá durar até 15 de junho.
O anúncio foi feito em coletiva hoje pelo governador João Doria (PSDB). Ele já havia indicado que o estado poderia passar por flexibilizações, mas, com a retomada de alta das internações em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) para covid-19 depois de pouco mais de um mês de queda, o Centro de Contingência se postava contra, como o UOL já havia adiantado. O governo optou pelo meio-termo.
A pedido do Centro de Contingência, o estado também vai realizar testagem rápida com pessoas sintomáticas em todos os municípios.
O Centro de Contingência, formado por 21 médicos, já se reuniu ontem. Para integrantes do comitê ouvidos pelo UOL, já foi flexibilizado o possível na chamada “fase de transição”, criada após o período de fases emergencial e vermelha, as mais restritivas. Na quarta etapa, no entanto, ela já está tão ou mais permissiva que a laranja —a segunda fase com mais restrições à época do lançamento do Plano SP, no ano passado.
- Na primeira etapa, foram liberados igreja e comércio das 11h às 19h;
- Na segunda, restaurantes, serviços gerais, atividades culturais e academias, também das 11h às 19h;
- A terceira ampliou o horário do comércio e serviços para entre 6h e 20h;
- A quarta ampliou para 21h e aumentou a capacidade de ocupação para 30%
O coordenador do Centro de Contingência, Paulo Menezes, negou que o estado esteja se aproximado da fase verde da primeira formação do Plano SP, que é a segunda mais permissiva.
Ocupação de leitos voltou a subir Nos últimos dias, o estado, registrou um aumento de 79% para 85% de internação em UTIs, segundo a Folha de S. Paulo com dados do SindHosp (sindicato dos hospitais, clínicas e laboratórios paulistas). Os piores indicadores são do interior. Até ontem, mais da metade das 17 regiões do estado estavam com mais de 90% de lotação de UTI:
- Araraquara (92,8%),
- Barretos (96,6%),
- Bauru (92,7%),
- Franca (91,2%),
- Marília (94,7%),
- Presidente Prudente (92%),
- Registro (92,6%),
- São João da Boa Vista (90,4%) e
- Ribeirão Preto (91%)
Algumas cidades, como Bebedouro e Batatais, têm anunciado medidas próprias de enrijecimento, como Araraquara fez no seu pior momento da pandemia, no fim de fevereiro.
Na capital, onde os índices estão mais controlados, o secretário municipal de Saúde Edson Aparecido já vê uma nova onda com receio. “Temos tomado medidas, como autorização para compra de respiradores e kit intubação, para caso ela eventualmente venha”, afirmou.
Fonte: noticias.uol.com.br