O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), acelerou a 0,94% em outubro, após fechar setembro em 0,64%. O resultado é o maior para um mês de outubro desde 1995. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,31% e, em 12 meses, de 3,52%. Com isso, a inflação fica abaixo da meta do governo para este ano, que é de 4%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, ou seja, podendo variar entre 5,5% e 2,5%. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)
Maior variação em alimentos e bebidas
A maior variação (2,24%) e o maior impacto (0,54 p.p.) no índice vieram do grupo alimentação e bebidas, acelerando em relação ao resultado de setembro (1,48%). A maior contribuição (0,13 p.p.) veio das carnes, com alta de 4,83% (em setembro, a alta foi de 3,42%). Esta foi a quinta alta consecutiva do produto. O óleo de soja (22,34%), o arroz (18,48%), o tomate (14,25%) e o leite longa vida (4,26%) também subiram. No lado das quedas, os destaques foram a cebola (-9,95%) e a batata-inglesa (-4,39%).
Gasolina sobe pelo quarto mês seguido
O grupo com a segunda maior variação foi o de transportes (1,34%). Os preços da gasolina (0,85%) subiram pelo quarto mês seguido, porém em índice menor do que no mês anterior (3,19%). A variação do grupo de transportes foi puxada principalmente pelas passagens aéreas, que subiram 39,90% e contribuíram com o impacto individual de 0,13 p.p no IPCA-15 do mês.
Juros x inflação
Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e estimular a queda de preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para impulsionar o consumo. Na última reunião, o
Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 2% ao ano, o menor patamar desde o início da série histórica, em 1996.
Metodologia
O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Fonte: economia.uol.com.br