Encontro apresentou dados da economia brasileira e debateu a crise que o país enfrenta
A Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo promoveu no último sábado (25) a plenária “Conjuntura Econômica e Ação Sindical”, com dirigentes sindicais de 54 Sindicatos do Estado. No evento, marcaram presença cerca de 600 sindicalistas. O Sindicato dos Metalúrgicos de Lorena, Guaratinguetá e Região foi um dos participantes.
De acordo com o presidente da Federação, Claudio Magrão, na atualidade o desafio do trabalhador metalúrgico é constante, e a plenária fica marcada pela grande participação de dirigentes, em especial os que trabalham nas fábricas, pois eles podem divulgar ainda mais o conteúdo do encontro. “Foi importante para os companheiros de fábrica verem a situação em que se encontra o país, sua conjuntura econômica, e desenvolver um processo que vamos organizar até nossa Campanha Salarial. Esse evento de hoje é o primeiro passo para nossa Campanha para este ano”.
Magrão também exemplificou as dificuldades a serem enfrentadas na Campanha Salarial que será organizada. “Será difícil pela recessão que o país enfrenta. O reflexo maior é quando vemos uma fábrica de papelão parar sua produção. Por que este exemplo? Ela é o termômetro principal para vermos a realidade do país, pois do papelão saem as embalagens para todos os produtos. Se o papelão está parando, imagine os outros segmentos: autopeças, montadoras, construção civil, comércio, alimentação”.
O presidente da Federação também acredita que as prioridades da Campanha serão duas: a manutenção dos empregos e a luta por uma reposição salarial, para que o trabalhador não perca o poder de compra.
Miguel Torres, presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e da Força Sindical, saiu satisfeito com a participação maciça dos trabalhadores. “Os que aqui estiveram representam 800 mil companheiros no Estado de São Paulo. Mostramos o aprofundamento da crise e o enfrentamento que precisamos dar. Devemos manter a unidade e nos atentar ao que acontece na economia para entrarmos fortes na Campanha Salarial”.
Análise Econômica – Altair Garcia, técnico do Dieese ( ), apresentou uma profunda pesquisa da economia brasileira que ajudaram a compreender o momento atual de crise. “As informações mostram que o primeiro mergulho da crise ocorreu em 2009, com redução de jornada e de trabalho, já discutidas naquela época. O governo tomou medidas para confrontar aquela crise, mas hoje elas não são mais eficazes”.
“Em 2014 e 2015 veio o segundo mergulho da crise, muito mais acentuado que o primeiro. Um exemplo é que a China, grande compradora do Brasil, deixou de comprar”, detalhou Garcia.
Altair disse ainda que a estimativa de inflação para 2015 é de 9,6%, o que chega a ser um valor administrável. A pesquisa do Dieese aponta os principais fatores para a inflação alta são: aumento nos preços dos serviços e dos serviços administrados pelo Governo, como energia elétrica, águas e esgoto, petróleo, jogos de azar, etc.
Com a atual crise, segundo dados da pesquisa, o setor industrial opera com 80% da capacidade de produzir. Em contrapartida, o faturamento dos bancos eleva; o maior faturamento previsto para 2015 é de 28,2%.
O técnico do Dieese também apontou pontos positivos e negativos do PPE (Programa de Proteção ao Emprego) lançado pelo Governo Federal.