George Floyd não foi a primeira pessoa negra a morrer devido agressões motivas pelo racismo, mas queremos que ele seja o último.
A morte do norte-americano, após ter o pescoço prensado pela perna de um policial em Minneapolis, EUA, durante mais de oito minutos, tem gerado uma onda de manifestações em diversos países. Os protestos em território americano são os maiores desde às décadas de 1950 e 1960, quando ocorreram às manifestações pelos direitos civis, e que foram marcadas por nomes como Martin Luther King.
As pessoas voltaram às ruas para protestar que o preconceito contra os negros persiste e é estruturado na sociedade americana. As pessoas negras e latinas são as de maior número em relação às vítimas da Covid-19 em território norte-americano.
Infelizmente, o preconceito não está restrito à sociedade americana e as diversas manifestações pelo mesmo motivo pelo mundo comprovam isso. No Brasil, o preconceito também é estrutural e vem da história da escravidão imposta à população negra que foi traficada da África ao país.
Aqui, o preconceito estrutural é contornado pela desigualdade social que limita as oportunidades para a população negra e consequentemente alimenta mais e mais desigualdade.
O racismo é um problema do país Brasil assim como é do país Estados Unidos, não limitado apenas à parcela negra da população. É um problema de todos.
As instituições e a sociedade não podem se calar diante do preconceito racial, precisamos de posições e ações claras para que atos preconceituosos sejam classificados com tal e, segundo à lei, tenham resposta ao crime praticado. Políticas são necessárias para que a população negra não seja refém da desigualdade persistente no Brasil. O país jamais irá avançar se parte da sua população for deixada para trás.
Maria Rosângela Lopes
Presidente do SINDVAS, Sindicato dos Metalúrgicos do Vale do Sapucaí/MG