Carta aberta aos Senadores e Senadoras
“O movimento sindical e a classe trabalhadora de todas as categorias, de todo o Brasil, contam com a reflexão e a sensibilidade social de todos os Senadores e Senadoras da República em relação à Medida Provisória (MP) 927/2020, que altera regras trabalhistas na pandemia.
Na teoria, o conteúdo desta medida provisória pode até aparentar ser algo positivo, mas na prática é altamente prejudicial às negociações coletivas: precariza as relações de trabalho e retira direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Portanto, do jeito que está, é uma proposta nefasta para a sociedade e a nação brasileira.
Temos atuado de forma unitária no Congresso Nacional, por intermédio das centrais sindicais, debatendo o cenário atual com os parlamentares no Senado Federal e na Câmara dos Deputados e com as mais diversas lideranças de todos os partidos.
Buscamos neste diálogo social e político, de alto nível, mais conhecimento e saídas de amplo alcance social e humanitário contra a crise do coronavírus, como por exemplo o prolongamento do auxílio emergencial de R$ 600 até dezembro e o crédito sem burocracia para as micro e pequenas empresas, grandes geradoras de emprego no País.
Estamos, enfim, em favor da retomada do desenvolvimento econômico do Brasil e contra as demissões, a retirada de direitos e o aumento da pobreza no País.
Neste sentido, sugerimos aos Senadores e às Senadoras que não votem a MP 927, fazendo-a perder eficácia. Se isto não for possível, sugerimos então que antes da votação avaliem e considerem as propostas que encaminhamos ao relator da matéria, o Senador Irajá Abreu.
Estamos juntos nesta luta contra a pandemia e o caos social. Estamos do lado da vida, da democracia, das instituições democráticas, do Congresso Nacional, dos direitos do povo brasileiro, dos milhões de trabalhadores e trabalhadoras e do futuro do País.
Contamos com o apoio de todos os Senadores e Senadoras. Um forte abraço! Atenciosamente!”.
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical, da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes
Fonte: fsindical.org.br