Em outubro de 2019, o TST manteve todas as cláusulas da Convenção, com vigência por 24 meses. Porém, a empresa recorreu ao Supremo, que reduziu pra 12 meses. Desde 31 de julho, carteiros e demais trabalhadores estão sem cobertura da CCT. O presidente Diviza conta: “Cortaram vale-alimentação, tiraram o tíquete das férias, entre outros direitos.” O clima é de revolta, inclusive nas chefias. Os dirigentes acreditam que a greve nacional será forte.
Covid-19 – A empresa é relapsa. Entregou uma só máscara por trabalhador e deixou um galão de cinco litros de álcool gel em cada unidade, o que é insuficiente. Segundo o presidente do Sintect-SP, trabalhador doente não era afastado; nem seus companheiros. Inexistia higienização local. “Só depois que o Sindicato foi à Justiça a empresa mudou seu comportamento. Não fosse a atuação sindical, estaríamos piores ainda”, ele comenta.
A mobilização unifica as duas Federações que representam os ecetistas – Findect e Fentect. “A categoria está unida, inclusive os encarregados, que também tiveram perdas”, alerta Diviza.
Prejuízo – A paralisação impactará a população. “Tentamos negociar. Mas a empresa não vê por esse lado. Seria mais razoável manter nossos direitos e tudo funcionando normalmente do que forçar a categoria à greve”, lamenta o sindicalista.
Desmonte – Além do corte de direitos trabalhistas, a ameaça de privatizar o sistema estimula a paralisação. Há um verdadeiro desmonte, a fim de abalar a imagem da ECT pra entregá-la a empresas como a Amazon. Diviza alerta: “Quem vai sair perdendo é a população mais pobre. O setor privado só quer saber de obter lucro. Você acha que vão querer entregar em regiões nobres ou em bairros da periferia?”.
Fonte: radiopeaobrasil.com.br