Nas relações de trabalho, temos empresas que usam hoje em dia o termo “colaborador” e não empregado: para justamente fazer com que o empregador profissional cumpra, além de suas tarefas, as metas empresariais. Pura enganação.
A empresa, para chamar alguém de colaborador, teria de ter políticas e estratégias motivacionais, para que o trabalhador possa ser reconhecido financeiramente. Deveríamos ter dentro da empresa uma administração participativa e a adoção de planos de carreira.
É muito bonita a expressão “colaborador”. Mas para existir uma colaboração real é preciso que haja o equilíbrio de forças que ainda não temos.
Chamar o trabalhador ou o empregado de “colaborador” é uma manipulação, uma maneira de camuflar as injustiças e as tensões que normalmente existem nas relações de trabalho. Querem fazer com que o trabalhador esqueça sua função de empregado profissional, fique numa posição de submissão e tenha seus direitos negado.
Para o trabalhador conquistar uma Participação nos Lucros ou Resultados é uma choradeira sem tamanho. O mesmo ocorre com o convênio médico, o tíquete refeição e o auxílio no transporte. Se o Sindicato não negociar estes ganhos e benefícios, os patrões não darão nada.
Cadê o “colaborador”? Se colabora, ele tá ajudando, não só como profissional, mas na forma de um ser humano na produção da empresa. Mas não se vê isto por aí, não!
O “colaborador” é co-autor daquilo que ele produz: mas a empresa não dá um centavo a mais, só os dividendos do trabalho. Os lucros? Jamais!
Francisco Sales Gabriel Fernandes, o Chico, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Mococa e região e vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo.
Fonte: fedmetalsp.org.br