Dos democratas e progressistas; mais avançado regime político e vetor para conquistar a sociedade que precisa se modernizar para incluir todos que se encontram às margens da civilização.
Em 15 de novembro, quando o Brasil comemora a Proclamação da República, a oposição volta às ruas pelo ‘Fora Bolsonaro’. Vai ser a 7ª manifestação popular contra o governo do presidente Bolsonaro. A mais recente foi em 2 de outubro.
Hoje, segundo pesquisas que aferem sobre as eleições de 2022 e ainda sobre o nível de popularidade do presidente da República e do governo dele, de cada 10 brasileiros, 6 são contrários ou discordam de Bolsonaro.
Todavia, esse número não tem sido representado ou refletido nas manifestações contra o governo. Por quê?
Há nisso, salvo melhor juízo, 2 ordens de problemas. A primeira tem a ver com as cores das manifestações. Quanto mais “vermelhas”, menos amplas. Isto é, a oposição a Bolsonaro ultrapassou o espectro da esquerda. Desse modo, quanto mais cores apresentar, mais amplas e engajadas serão nas ruas, pois já são nas redes.
Entretanto, há setores da esquerda que não admitem essa ampliação, sob a alegação de que “ex-bolsonaristas”, ou seja, ex-eleitores de Bolsonaro não são bem-vindos nas manifestações. O que, por óbvio, estreita as margens oposicionistas nas ruas. Há, inclusive, nesses grupos minoritários alto grau de animosidade e sectarismo contra quem não está identificado como “esquerda”.
Talvez, o exemplo mais recente disso tenha ocorrido nas manifestações na Avenida Paulista, em 2 de outubro, contra o ex-ministro de Lula, Ciro Gomes (PDT), por quem manifesto minha solidariedade e contrariedade pelo ocorrido.
Esse tipo de postura faz com que muitos dos que hoje discordem de Bolsonaro, sobretudo aqueles que não são de esquerda, não se sintam à vontade para ir às ruas e manifestar posição contrário ao governo e ao presidente da República, que é avaliado pela ampla maioria da população como “ruim ou péssimo”, segundo pesquisas de opinião.
Ou seja, nesses setores, a oposição não tem se refletido em engajamento.
O outro problema é a tentativa de transformar o ‘Fora Bolsonaro’ em campanha eleitoral. Desse modo, aqueles que não estão identificados com as pré-candidaturas bem cotadas no cenário eleitoral que se avizinha tendem a não se engajar nas manifestações. Sobre isso, recomendo a leitura de excelente artigo: ‘O erro de se transformar o ‘Fora Bolsonaro’ em campanha eleitoral’.
O ‘Fora Bolsonaro’ tem dono?
Não tem e nem tampouco pode ter. O ‘Fora Bolsonaro’ hoje é mais amplo que as fronteiras da esquerda e centro-esquerda, porque Bolsonaro representa governo desastroso e trágico, sob quaisquer ângulos que se vislumbre.
Por essa razão, não deve haver vetos a quem quer que seja, que tenha se descolado antes ou agora do bolsonarismo e esteja hoje engrossando as fileiras da oposição ao governo. Todos nessa perspectiva devem ser bem-vindos.
Uma vez superada essa fase da vida política brasileira, cada qual segue o rumo das convicções político-ideológicas que lhe move.
De quem é o ‘Fora Bolsonaro’
Bolsonaro lidera um governo de caráter protofascista. Ele não está no campo democrático, do Estado Democrático de Direito, nos marcos da Constituição de 1988.
O impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff deu vazão para eleição de Bolsonaro, que representa a negação e ruptura da “Aliança Democrática”, que permitiu superar a Ditadura de 1964, construir a transição à democracia e a ‘Constituição Cidadã’, que fundamentou as bases políticas e sociais do Estado Democrático de Direito.
Assim, o ‘Fora Bolsonaro’ deve ser de todos aqueles que professam e defendem a democracia, como o melhor e mais avançado regime político, e o progressismo, como vetor de uma sociedade que precisa se modernizar para acolher todos aqueles que se encontram às margens da civilização.
Presidente da Força Sindical, da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e do Sindicato do Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.
Fonte: fsindical.org.br